terça-feira, 13 de setembro de 2011

Gazeta do Povo - Reportagem Maratona de Curitiba.

Maratona de Curitiba 2011 será realizada por uma empresa privada e não mais pela prefeitura. Percurso será mantido, mas a premiação, não.
Em 2010, a 14.ª Maratona de Curi­­tiba distribuiu R$ 136,1 mil em prêmios aos vencedores. Este ano, a cifra para os melhores colocados será cinco vezes menor, em um total de R$ 26,3 mil. A mudança surpreendeu parte dos corredores que já buscam as inscrições para a competição, marcada para o dia 20 de novembro.
A alteração é resultado da nova gestão da prova, que passou da Secretaria Municipal de Es­­porte, Lazer e Juventude (Smelj) de Curitiba para uma empresa de marketing esportivo e promocional, a Latin Sports, responsável pela organização do Ironman Brasil.
“Demos um foco muito grande para o atleta amador, especialmente como ênfase no kit do atleta. O valor da inscrição varia entre R$ 50 e R$ 70 e cada inscrito vai receber produtos que somam R$ 200”, afirma o triatleta e diretor da empresa, Carlos Galvão.
Sob tutela da Smelj, o mote principal também era o amador, afirmavam os organizadores, cujo orgulho era divulgar que Curitiba distribuía o maior montante em prêmios fora da categoria elite do que as demais maratonas nacionais.
Atletas que usam o prêmio para pagar custos em outras corridas e até mesmo na preparação dos treinamentos afirmam preferir o regulamento anterior, que gratificava os cinco primeiros colocados da corrida com valores entre R$1,8 mil e R$ 12 mil e os dez primeiros colocados em cada categoria por faixa etária com cheques de R$ 50 a R$ 800.
Agora, só o campeão nas categorias terá prêmio, de R$ 250. “A camiseta [do kit], a gente ganha muitas, chega uma época que começa até a doar. O prêmio em dinheiro é sempre mais útil”, diz o jardineiro Dirceu José Busmayer, 46 anos, que corre há 26 anos e vai percorrer a Maratona como guia do atleta deficiente visual Sérgio Luís Dias.
Na elite, a redução será ainda mais drástica: de R$ 12 mil para o campeão para R$ 4 mil. “A gente abortou isso. O atleta amador não tem de ganhar dinheiro, vai contra o mote do evento incentivar o esporte amador. Vamos manter a premiação em dinheiro para o melhor curitibano na corrida, a pedido da Smelj”, afirma Galvão.
A decisão de repassar a responsabilidade da maratona em Curitiba já era cogitada nos bastidores da secretaria em 2010 e se concretizou no início deste ano, quando a Latin apresentou uma proposta para coordenar a competição.
“Gastávamos em torno de R$ 1 milhão para um evento de um dia, em que os que faziam a festa eram os atletas de fora [em 14 edições, nunca um curitibano venceu – paranaenses, apenas três – os 42 km na cidade]. Decidimos usar essa verba para a formação de uma equipe permanente de atletismo, o que está sendo feito”, explica o diretor de esportes da Smelj, Felipe Nasser Daher.
Segundo ele, a vigência do De­­creto 1.644/2009, que regulamenta contratos e convênios dos órgãos públicos municipais em Curitiba, combinado à perda da chancela de “internacional”, certificado dado pela Confederação Brasi­­leira de Atletismo (CBAt), deixou a prova menos atrativa para atrair patrocinadores.
“O valor da premiação vinha integralmente das inscrições. Pelo decreto, não poderíamos usar o valor da inscrição, então, revertíamos o valor para o atleta.”
Pela previsão inicial das obras na cidade para receber a Copa de 2014, a Avenida Cândido de Abreu deveria estar bloqueada em novembro deste ano para as reformas necessárias. “Mas recebemos a garantia de que teremos a via à disposição, para mantermos o percurso de 2010”, afirma Galvão.
“Fatalmente, neste primeiro ano, não teremos nomes de expressão do atletismo para o público geral. Mas, temos a intenção, para 2012, é divulgar o potencial da maratona em Curitiba mundo afora”, segue Galvão.
O evento curitibano terá como padrinho o ex-atleta Vanderlei Cordeiro, medalha de bronze nos 42 km da Olimpíada de Atenas, em 2004.
http://www.gazetadopovo.com.br/esportes/blog/folego/index.phtml?id=1167615&com=1#comentario

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