terça-feira, 6 de setembro de 2011

Mudança na São Silvestre 2011

Treinador critica mudança na São Silvestre
Adauto Domingues teme lesões nos atletas com chegada em descida
Mapa com as alterações para a prova de 2011 / Divulgação/CETMapa com as alterações para a prova de 2011Divulgação/CET
Para descer todo santo ajuda, certo? Não quando se trata de corrida de rua. A nova chegada da São Silvestre não agradou em nada Adauto Domingues, técnico de Marilson Gomes dos Santos, atual campeão da mais tradicional prova pedestre do Brasil. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) confirmou nesta sexta-feira a mudança da linha final da avenida Paulista para a região do Parque do Ibirapuera, após os atletas subirem e descerem a avenida Brigadeiro Luís Antônio.

“Fazer uma chegada tão íngreme como no Ibirapuera é um problema para os atletas. Na descida você naturalmente aumenta o ritmo da passada e ainda com uma disputa de posição isso é ruim para os joelhos e pode causar lesão”, explicou Adauto, que não foi consultado sobre a mudança, pensada desde pelo menos o fim do ano passado.

A alegação da CET e da organizadora da São Silvestre é que a região da Paulista não comporta mais tanto público. Além dos mais de 22 mil participantes, outros dois milhões são esperados todo ano para o réveillon oficial da cidade. Por decisão da Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo, na sigla em inglês), os 15 quilômetros do percurso não podem ser alterados.

“Tecnicamente falando não é bom e ainda tira a característica da prova. Mas a gente sabe que existem outras questões que podem causar prejuízo para a cidade. Não só os hospitais, mas também o peso de fechar uma via tão importante”, reconheceu o treinador.

Adauto foi um dos principais corredores do atletismo brasileiro. Sua primeira São Silvestre foi 1976, quando a prova ainda era disputada à meia-noite – hoje ela acontece no período da tarde. Por tanta história, ele acredita que a tradição deveria pesar mais na hora das mudanças.

“Assim como não gostei de sair da noite e ir para o dia, não gostei dessa. Mas no fim a gente tem de se adaptar”, concluiu.

Confira as principais mudanças da São Silvestre ao longo dos anos:
1945 – Liberada a participação dos estrangeiros
1975 – As mulheres ganham sua prova no ano internacional da mulher
1989 – É adotado o sentido inverso ao original e a prova passa a ser durante o dia
1991 – Os 15 quilômetros se tornam a medida oficial
1993 – Primeira São Silvestrinha, só para crianças
1998 – É instalado o chip para cronometragem do tempo dos atletas
2010 – O chip passa a ser descartável e a medalha de participação acompanha o kit de largada

Nenhum comentário:

Postar um comentário